Newsletter “A melhor informação da semana” | 8 de Janeiro 2021

A melhor informação da semana
a sua newsletter de marketing & economia digital
por Frederico Carvalho
capitolio americano newsletter

O impacto da invasão do capitólio no setor da tecnologia.

Milhares de pessoas tentaram invadir o Capitólio, nos EUA, onde decorria uma sessão conjunta no Senado para a discussão da confirmação de Joe Biden como Presidente.

O impacto imediato levou as ações a descer ligeiramente.

«Today marks a sad and shameful chapter in our nation’s history.»
Tim Cook, CEO da Apple:

Facebook, Amazon, Microsoft e Apple caíram cada 2% a 3%.
As ações Alibaba perderam hoje 5% e as Tencent 3%.

  • O Facebook bloqueou temporariamente, durante 2 semanas, Donald Trump, impedindo-o de publicar no Instagram e Facebook, depois de dezenas de funcionários da empresa pedirem ao CEO Mark Zuckerberg para suspender ou banir a sua conta.
  • O YouTube removeu o vídeo.
  • O Snapchat fechou as contas de Trump indefinidamente;
  • Trump usa regularmente o Snapchat, que tem 249 milhões de utilizadores diários, para compartilhar o conteúdo que ele posta em outras redes sociais
  • Shopify proíbe lojas online de Trump Campaign e Trump Organization.
  • Os dois sites que vendiam produtos oficiais de Trump – chapéus “Make America Great Again” e outras roupas de campanha – foram retirados da lista pela Shopify.

Caos.

Biden tem, para o futuro, muitas áreas de atuação política que vão afetar a tecnologia:

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  1. Antitrust

A fiscalização antitrust das grandes tecnologias é uma área em que existe amplo apoio bipartidário. É provável que o governo Biden mantenha a abordagem agressiva nos casos antitrust.

  • Os democratas pretendem mudar as leis para dificultar as plataformas dominantes, como Facebook ou Google, de obter aprovação para adquirir empresas mais pequenas.
  • Os democratas anunciaram também facilitar e processar judicialmente as empresas por violar as leis antitrust.

  1. Secção 230

Trump lançou uma guerra burocrática contra a Secção 230, uma ordem executiva que dá ordens ao Departamento de Justiça e outras instituições para enfraquecer as proteções legais das plataformas de tecnologia.

A lei protege as empresas de tecnologia de ações judiciais por conteúdo publicado pelos utilizadores registados nas plataformas online.

  • Trump foi motivado pela sua visão de que o Facebook, o Twitter e outros meios de comunicação social estavam envolvidos na censura seletiva de vozes conservadoras.
  • Biden provavelmente vai rescindir as ordens de Trump ou instruirá as várias agências a recuarem sobre o assunto.
  • Biden serviu no Senado durante 36 anos e provavelmente não vai dar seguimento aos esforços de Trump, em usar as instituições governamentais para minar a autoridade do Congresso para aprovar leis.

Provavelmente haverá um acordo bipartidário sobre esforços muito estreitos que diminuem algumas das proteções da secção 230. As plataformas de tecnologia podem ser forçadas a remover mais vezes conteúdo dos utilizadores.

  1. Imigração

A abordagem de Trump em relação à imigração inflamou a indústria de tecnologia. O seu governo fez o máximo que pôde para interromper o fluxo de cidadãos estrangeiros para os Estados Unidos.

  • Teve impacto direto sobre a indústria, que lutava para preencher vagas para trabalhadores altamente qualificados.
  • Há esperança de que Biden rescinda uma série de ordens executivas relacionadas à imigração emitidas por Trump e reveja os programas de visto de não-imigrante para melhor responder às necessidades do mercado de trabalho.
  • Biden também deve apoiar uma legislação como a Lei de Equidade para Imigrantes altamente qualificados, que facilitaria para o Silicon Valley, recrutar trabalhadores no sector das tecnologias de informação.
  1. Impostos

Uma das diferenças entre Biden e Trump está na abordagem aos impostos.

Trump promoveu a maior revisão do código tributário desde os anos 1980, cortando os impostos sobre as empresas de 35% para 21%.

Biden pretende aumentar os impostos para qualquer pessoa que ganhe mais do que US $ 400 000 e ter os impostos para as empresas de volta aos 35%.

  1. Comércio

A Amazon alegou que Trump instou indevidamente o Pentágono a escolher a Microsoft em vez da Amazon Web Services por um contrato de serviços cloud de US $ 10 bilões. Abordei este tema noutras newsletters.

O fundador da Amazon, Jeff Bezos, é o proprietário do The Washington Post, que Trump afirma criticar injustamente a sua administração.

Biden, provavelmente passará o primeiro ano de mandato, a tentar reiniciar o relacionamento com os média, instituições do Estado, empresas e com a China. Espera-se que abandone a abordagem unilateral dos Estados Unidos à guerra comercial e reforce relações com os aliados nomeadamente o Japão e a Europa para conter a crescente influência económica global da China.

Trump parecia concentrar em empresas individuais, como a Huawei e a proprietária da TikTok, ByteDance, em vez de objetivos comerciais mais amplos.

Embora não esteja claro se Biden vai abandonar completamente as decisões de Trump de visar empresas como Huawei e TikTok, há uma expectativa geral de que o foco é reatar as relações comerciais por sector em vez de empresas individuais.

Mas isso não significa que a tecnologia possa respirar facilmente.

Há uma possibilidade muito real de o caos do capitólio ser um sinal para alimentar a pressão no Congresso com as plataformas tecnológicas e meios de comunicação social para permitir que a desinformação seja minimizada.

Esta pode ser a maior preocupação para os executivos da tecnologia agora.

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A maior feira de tecnologia do mundo começa segunda-feira.

O emblemático evento de tecnologia mais influente do mundo – no campo das tecnologias revolucionárias e inovação global, CES – será nos dias 11 a 14 de Janeiro, totalmente virtual.

Durante 50 anos, a CES (originalmente chamada de Consumer Electronics Show) tem sido um dos maiores e mais influentes eventos de tecnologia em todo o mundo.

A CES dá a conhecer muitas empresas inovadoras, incluindo fabricantes, fornecedores de hardware de tecnologia de consumo, conteúdo, sistemas de entrega de tecnologia e muito mais.

Também inclui um programa de palestras e debates, onde os líderes empresariais mundiais e pioneiros abordam as questões mais relevantes do setor.

Com mais de 1 000 empresas participantes e 100 sessões de conteúdo, o espaço digital foi desenvolvido pela Microsoft – que custou sete dígitos. A expectativa é que as conversas sobre inovação tecnológica emergente sejam uma constante.

Principais temas da CES:

5G: Neste novo ano, devemos esperar avanços significativos na velocidade, confiabilidade e eficiência do 5G. O foco vai estar nas vantagens ao consumidor que esta tecnologia pode trazer aos consumidores (como entretenimento) e, mais concretamente, para as empresas.

AI: Desde chips de IA a apps de visão computacional, o holofote vai estar na gestão e nos desafios de quem já gere dados, e na ética da informação das empresas.

Saúde digital: novas apps de robótica, plataformas de software personalizadas e IA devem ser os destaques da categoria de saúde na CES este ano.

Acesso à CES

O evento totalmente virtual tem o valor de $ 499 para profissionais da indústria.

Na próxima newsletter partilho alguns dos conteúdos mais relevantes do CES 2021. Vou participar no evento e acompanhar algumas das novidades.

Hoje…

1642 – Morre o astrónomo e cientista Galileu Galilei. Tinha 77 anos.
Em1610 a Inquisição obrigou Galileu a abdicar do heliocentrismo. O físico, matemático e astrónomo identificou há 4021 anos a existência de quatro satélites de Júpiter, as montanhas da Lua, as fases de Vénus e os anéis de Saturno.

1935 – Nasce o cantor norte-americano Elvis Presley, em Tupelo no Mississipi.

1977 – A República Popular de Angola passa a ter uma nova moeda: o kwanza.

2001 – Começam as emissões da SIC Notícias, do grupo Impresa – a primeira estação de televisão portuguesa dedicada exclusivamente à transmissão de notícias durante as 24 horas do dia.

2021 – Entra hoje em vigor o Estado de emergência por apenas oito dias, entre 8 e 15 de janeiro.

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O futuro dos drones enquanto negócio

Recorda-se daquele vídeo em 2013 de um drone Prime Air que entregava uma encomenda em casa?

Estamos muito mais próximos dessa realidade.

Em Portugal pode tardar (o normal), mas as iniciativas para entrega de correio e mercadorias com drones estão em andamento. Em Portugal já houve experiências, bem sucedidas, mas em 17 países, nomeadamente Suíça, Finlândia, Islândia, China, EUA, Austrália, o caminho com operações comerciais está avançado.

🇺🇸 Nos EUA, há novos regulamentos que tornam mais fácil e seguro a entrega com drones. A Federal Aviation Administration emitiu duas normas que abrem caminho à exploração comercial com drones:

  • «Remote ID», um sistema de matrícula digital, que exige a todos os drones transmitam a sua localização e o paradeiro dos pilotos através de sinal de rádio. A partir de 2023, todos os drones terão de ter este equipamento de radiodifusão.
  • Permissão para operações em modo «drone dark» (voo noturno) e voos em áreas mais povoadas. As regras aplicam-se aos 203 000 pilotos remotos certificados pela FAA, com muitas outras advertências, como luzes anti-colisão para voar durante a noite, e zero rotores expostos para sobrevoar pessoas ou carros.

Em Agosto 2020, a Amazon obteve a aprovação da Federal Aviation Administration para entregar pacotes aos clientes dos EUA usando drones, quase sete anos depois de o CEO Jeff Bezos anunciar o programa pela primeira vez.

A Amazon juntou-se à UPS e à Alphabet, que já tinham a aprovação da FAA para as suas operações de entrega de drones.

Segundo as notícias, a Amazon está a procurar fechar acordos com duas empresas europeias de drones, a austríaca FACC Aerospace e a espanhola Aernnova Aerospace, para construir componentes para os drones.

A equipa do Prime Air da Amazon tem mais de 600 pessoas e está em preparação para implantação.

A FAA observou como os drones agora representam o segmento de crescimento mais rápido em todo o setor de transporte dos EUA, com mais de 1,7 milhão de registos de drones certificados pela FAA até o momento.

Para os curiosos: « How To Start a Drone Business in a New Market»

Breves…

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O Flash foi descontinuado, longa vida ao HTML-5.
O outrora poderoso software que permitia vídeos, jogos, como a FarmVille, um jogo apoiado em Flash que teve mais de 80 milhões de utilizadores no seu auge, também pendurou as chuteiras. A Adobe diz o adeus ao Flash.

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WhatsApp vai excluir a sua conta se não aceitar a partilha de dados com o Facebook.

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Mais de metade de todos os carros vendidos na Noruega no ano passado eram veículos elétricos a bateria – e a VW ultrapassou a Tesla nas vendas.

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Aproveitando os preços baixos da aeronáutica, a Amazon comprou 11 aviões para expandir as operações de carga aérea.

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Adweek adquiriu a empresa de conteúdos Social Media Week que opera há 11 anos no mercado com informações e dados para profissionais de marketing e empresas de tecnologia. No portefólio da compra, vêm as Social Media Week Conferences, SMW News & Insights e sua plataforma de streaming recentemente lançada SMW +.

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Há uma nova lei para preservar o local histórico da primeira aterragem na lua. Os Estados Unidos promulgaram a sua primeira legislação que exige que empresas americanas e outras entidades trabalhem com a NASA em novas missões à Lua, não perturbem o hardware americano que foi deixado no satélite natural da Terra, há 50 anos.

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O tema do reconhecimento facial foi abordado noutras newsletters a propósito da China, mas o problema agora foi nos EUA. Nijeer Parks, o terceiro homem negro conhecido a ser preso injustamente com base no reconhecimento facial, está a processar a polícia, o procurador e a Cidade de Woodbridge.

Wendy Chandler

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